O ano de 2023 foi um período bem movimentado para o Brasil no comércio internacional. Considerado um grande exportador e importador, o país sempre está nos holofotes quando o assunto é operações financeiras mundiais.
Neste artigo, elencamos os principais acontecimentos e números que traduzem como foi o desempenho do Brasil no comércio internacional. Confira com atenção, pois são dados que podem servir como parâmetro para análises de mercado e planejamento para o futuro!
Brasil é líder deste semestre em alta de exportação entre as principais economias
No dia 8 de dezembro, a ONU divulgou um informe que revela que o Brasil foi o país que apresentou a maior expansão em exportação no terceiro trimestre de 2023 – entre as principais economias do mundo.
E isto diante de um cenário de queda, com o comércio global recuando em 5%, o que representa um declínio de US$5 trilhões. É o símbolo de uma economia consistente, que está em franco desenvolvimento e alcançando cada vez mais territórios ao redor do mundo.
Segundo o relatório, o país teve um crescimento de 4% em exportações no terceiro trimestre de 2023. Em comparação, a União Europeia cresceu apenas 3%, enquanto o Estados Unidos permaneceu estável. Japão, China e Rússia, outras grandes potências mundiais, tiveram queda de 5%, 6% e 24%, respectivamente.
Para o empreendedor brasileiro que trabalha com importação e exportação, esse resultado apresenta duas visões bem díspares. O aspecto positivo é que a relação do Brasil com o mercado internacional nunca esteve tão quente, proporcionando cenários bastante frutíferos para as negociações.
Contudo, há um lado negativo nisso. Diante da queda considerável no mercado exportador de potências – como China e Rússia – e a estagnação dos Estados Unidos, que são grandes parceiros comerciais do Brasil, o mercado mundial se torna um ambiente instável.
Governo estima que Brasil feche 2023 com saldo comercial de US$ 93 bilhões
Em publicação referente à Balança Comercial do mês de Setembro, publicado no início de outubro, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços estima que o país feche o ano de 2023 com o saldo comercial de US$ 93 bilhões, com exportação de US$334 bilhões e importações de US$241 bilhões, resultando em uma corrente de comércio de US$ 575 bilhões.
Atualmente, o Brasil acumula US$310 bilhões em exportação e US$221 bilhões em importação, com uma corrente de comércio de US$531 bilhões. São resultados bastante próximos da meta estipulada anteriormente, o que indica que o Brasil poderá até mesmo superar suas expectativas.
Esse cenário é bastante positivo para as empresas nacionais, pois significa que o país se movimenta no mercado e ampliou sua presença no exterior. Para a economia brasileira, fechar um ano com saldo comercial é também bastante animador. Isso porque um prejuízo obrigaria um replanejamento em 2024, para exportar em maior quantidade ou reduzir seu ritmo de importação.
Comparativo anual: exportação cresce em novembro, enquanto importação sofre queda
Segundo a Balança Comercial de novembro, a exportação brasileira em novembro cresceu 0,6% se comparada a novembro/22, atingindo US$27,82 bilhões. Por outro lado, o acumulado em importações neste mesmo comparativo caiu 11,2%, resultando em US$19,04 bilhões.
No setor de exportação, como já era de se esperar, um dos nossos principais resultados veio da agropecuária, que cresceu 22,3% em relação a novembro/22 e rendeu US$6,07 bilhões à nossa economia. A indústria extrativa também teve um interessante aumento de 3,2% no comparativo, gerando US$7,26 bilhões.
Em relação aos nossos principais parceiros, o fluxo de exportação aumentou com Estados Unidos e o bloco formado por China, Hong Kong e Macau. Enquanto com o vizinho continental o fluxo de exportação cresceu 18,4%, resultando em US$3,36 bilhões, o bloco asiático rendeu US$8,64 bilhões em um crescimento de 27,5%.
Já com a Argentina, importante parceira do Mercosul, houve uma queda de 18,3% no fluxo de exportações. Um decréscimo de 10,8% também foi visto na relação de exportação com a União Europeia, resultando em rendas menores.
No setor de importações, houve redução nos principais setores: na agropecuária, queda de 13,8%, totalizando US$ 0,35 bilhões; indústria extrativa, queda de 28,4%, resultando em US$ 1,18 bilhões; e na indústria de transformação, que apresentou queda de 9,1% e arrecadação de US$ 17,46 bilhões.
Com relação aos principais consumidores das nossas importações, o fluxo reduziu com todos, principalmente Estados Unidos – com um decréscimo de 27,3% em relação a novembro/22, totalizando US$2,61 bilhões. Argentina, China e União Europeia tiveram um decréscimo de 23,2%, 10,7% e 7,7%, respectivamente, totalizando um resultado de US$8,94 bilhões somados.
Apesar disso, no apanhado de janeiro a novembro de 2023, o Brasil ainda teve um crescimento de 3,6% no volume de importação com a União Europeia se comparado com o mesmo período em 2022, totalizando US$41,94 bilhões.
Confira quais foram nossos principais produtos de importação e exportação
A Balança Comercial Preliminar Mensal de Novembro, lançada pela Secretaria de Comércio Exterior no início de dezembro, registrou os principais produtos importados e exportados pelo Brasil, em 2023 – com foco central no décimo primeiro mês do ano.
Abaixo, você confere uma lista com os produtos, separados por mês e no apanhado geral do ano inteiro. Elencamos também os itens que sofreram diminuição, tanto na exportação quanto na importação.
Aumento de exportações – Mensal nov/23
Animais vivos, não incluindo pescados e crustáceos: + 138%
Frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas: + 81,6%
Soja: + 76%
Pedra, areia e cascalho: + 37,7%
Açúcares e melaços: + 36,8%
Queda de exportações – Mensal nov/23
Arroz com casca, paddy ou em bruto: – 48,9%
Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos, exceto óleos brutos: – 47,5%
Ouro não monetário, excluindo minérios de ouro e seus concentrados: – 46,6%
Minérios de níquel e seus concentrados: – 42,0%
Ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas: – 36,4%
Aumento de exportações – Anual jan. a nov/23
Animais vivos, não incluído pescados e crustáceos: + 158,6%
Açúcares e melaços: + 34,8%
Instalações e equipamentos de engenharia civil e construtores, e suas partes: + 27%
Minérios de cobre e seus concentrados: + 22,3%
Minérios de metais preciosos e seus concentrados: + 18,9%
Queda de exportações – Anual jan. a nov/23
Carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado: – 99,6%
Ouro não monetário, excluindo minérios de ouro e seus concentrados: – 28,7%
Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada: – 23%
Café não torrado: – 16,7%
Pedra, areia e cascalho: – 16,5%
Aumento de importações – Mensal nov/23
Cevada não moída: + 519,6%
Maquinaria de papel e celulose, máquinas de corte de papel e fabricação de artigos de papel e suas partes: + 358,5%
Veículos automóveis de passageiros: + 66,3%
Obras de ferro ou aço e outros artigos de metais comuns: + 52,3%
Pedra, areia e cascalho: + 38,5%
Queda de importações – Mensal nov/23
Látex, borracha natural, balata, guta-percha, guaiúle, chicle e gomas naturais: – 60,6%
Compostos organo-inorgânicos, compostos heterocíclicos, ácidos nucléicos e seus sais e sulfonamidas: – 46,9%
Milho não moído, exceto milho doce: – 40,1%
Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus: – 35,4%
Trigo e centeio, não moídos: – 30,3%
Aumento de importações – Anual jan. a nov/23
Cacau em bruto ou torrado: + 300,9%
Minério de ferro e seus concentrados: + 83,5%
Veículos automóveis de passageiros: + 51,4%
Outros medicamentos, incluindo veterinários: + 22,4%
Pedra, areia e cascalho: + 19,9%
Aumento de importações – Anual jan a nov/23
Gás natural, liquefeito ou não: – 67,5%
Milho não moído, exceto milho doce: – 55,5%
Látex, borracha natural, balata, guta-percha, guaiúle, chicle e gomas naturais: – 47,5%
Adubos ou fertilizantes químicos, exceto fertilizantes brutos: – 43,1%
Trigo e centeio, não moídos: – 36,9%
Para saber melhor sobre mercado internacional e o cenário do Brasil no exterior, acompanhe o blog da CPX Capital!