Quando iniciamos no comércio internacional, é muito comum não ter conhecimento de diversos conceitos que influenciam diretamente na vivência de mercado. E a relação entre a taxa de juros com o valor do câmbio é um desses aspectos que geram desconhecimento em muitos.
Para entender esta relação, é necessário refletir que o mercado de câmbio faz parte de um sistema financeiro e, como todo elemento deste meio, é influenciado por qualquer flutuação econômica. Por este motivo, compreender a tributação internacional ou ter parceria com quem tem know-how no tema é fundamental.
A seguir, confira em detalhes como é dada esta influência, e veja também dicas de como economizar em transações de câmbio!
Qual a relação entre taxa de juros e taxa de câmbio?
Antes de tudo, é importante lembrar que a taxa de juros é um dos fatores que pode influenciar no câmbio – mas não é o único.
A demanda por moeda estrangeira, quantidade de dólar armazenado por um país e crises financeiras internas são alguns dos outros fatores mais comuns. Ainda assim, a taxa de juros ainda é uma das causas mais importantes.
Como o valor de câmbio é a relação entre a moeda de dois países, ela é diretamente influenciada pelas oscilações econômicas dos mesmos. No caso do Brasil, por exemplo, o Real fica mais valorizado quando a Selic, nossa taxa básica de juros, está em viés de alta.
Essa atração acontece da seguinte forma: quando a Selic está em um patamar de dois dígitos e, em contrapartida, os parceiros comerciais possuem taxa de juros entre 2% e 5%, há um aumento da margem de segurança das negociações. Consequentemente, isso aumenta o interesse de investidores, pois o risco é baixo e o retorno é expressivo.
Se a Selic está em baixa, próxima da taxa de juros dos países parceiros, a tendência é que o capital estrangeiro saia do país. Isso porque a chance de perderem dinheiro é alta.
Sem tanta moeda circulando no país, o reflexo natural é que seu câmbio sofra um aumento, uma vez que a demanda é alta mas a oferta é escassa. Manter uma alta reserva deste capital é uma forma do governo controlar “artificialmente” o câmbio.
Por este motivo, a oscilação constante da taxa de juros impacta diretamente na variação cambial. Tenha em mente que estudar essa movimentação – por meio de análises de especialistas e notícias – é a melhor forma de identificar cenários favoráveis e não ser pego de surpresa.
Saiba economizar nas transações de câmbio
1 – Só compre moeda estrangeira de instituições reguladas pelo Banco Central
A primeira dica é uma questão de segurança que evita golpes e fraudes. Só compre moeda estrangeira e faça transações internacionais por intermédio de empresas que possuam autorização do Banco Central para operar no mercado de câmbio.
Realizar uma transação por meio de qualquer outra empresa que não possua número de cadastro no Bacen é um risco. Existe muita chance da conversão ser equivocada, receber notas falsas ou até mesmo não receber nada pelos valores enviados.
Você pode encontrar uma listagem de todas as empresas autorizadas a realizar operações financeiras no site do Banco Central.
2 – Para moedas fracas, opte por transações em dólares
Ao necessitar fazer transações com países de moeda fraca, ou que não tenha grande reserva no Brasil, opte por fazê-la em dólar. Isso porque as taxas operacionais entre o Real e a moeda tendem a ser bem mais altas.
Portanto, é mais econômico realizar a transação em dólar ou euro, moedas de circulação mais comuns no país e que oferecem condições melhores de compra e venda. Por mais que em determinadas situações você precise realizar dois câmbios, esta opção pode compensar se você fizer as análises das taxas.
3 – Realize arbitragem cambial para obter mais fundos
Para valorizar sua reserva de moedas estrangeiras, uma boa medida é comprar um determinado valor e revendê-lo em outras praças onde a moeda é mais valorizada. Desta forma, o lucro pode ser utilizado como reserva para outras negociações internacionais.
Esta operação é bastante comum no mercado porque apresenta quase nenhum risco para o comprador. É uma medida bastante eficiente para valorizar a moeda que você já possui enquanto se prepara para não enfrentar inconvenientes futuramente.
4 – Faça hedge cambial
O hedge cambial é uma estratégia feita para proteger o valor de um ativo da oscilação do mercado. Em momentos de crise, é comum que moedas de países emergentes se desvalorizem em relação ao Dólar, Libra e Euro. Afinal, essas moedas possuem cotação mais sólida.
Neste aspecto, todas as transações do mercado sofrem influência direta da mudança de câmbio, interferindo na valorização de contratos ativos entre empresas. Para garantir previsibilidade para a empresa executora do negócio, ela precisa implementar o hedge cambial nos momentos de assinatura de contratos.
Esse conceito nada mais é do que a fixação da taxa de câmbio no momento de assinatura de contrato. A definição do valor da cotação, por sua vez, deve ser definida por ambas as partes. Desta forma, mesmo que o ativo se desvalorize ou valorize bruscamente, haverá estabilidade nas condições de negociação.
Existem diferentes formas de realizar o hedge cambial:
- Non Deliverable Forward (NDF): contratação onde os envolvidos estabelecem antecipadamente uma taxa para o câmbio em data futura.
- Trava de Câmbio: cotação da moeda envolvida na negociação travada para uma data futura.
- Fundos Cambiais: ativos de investimento com 80% das aplicações ligadas a moedas, visando lucrar com suas oscilações.
5 – Use o serviço de remessas financeiras
O envio de valores para outros países por meio do serviço de remessas financeiras é uma alternativa muito mais econômica. Isso porque ela centraliza todos os valores em uma única operação, reduzindo a incidência de taxas.
Desta forma, a taxação é única, centralizada em cada remessa realizada, evitando que operações menores tenham descontos que acumulam gastos.
6 – Faça Adiantamentos Sobre Contratos de Câmbio (ACC)
O ACC é uma espécie de financiamento feito com um banco em operações de exportação. Funciona assim: ao fechar um contrato de exportação, você abre um ACC em uma instituição financeira e recebe o valor da venda – total ou parcialmente – antes mesmo da mercadoria ser enviada para o destino final e o pagamento do destinatário ser autorizado.
É uma opção mais segura porque este adiantamento é feito em Real, com base na taxa de câmbio da moeda estrangeira vigente no momento da aquisição. Assim, você evita que uma possível desvalorização diminua sua margem de lucro.
Mas a dica mais preciosa para conseguir uma boa atuação é uma só: Consulte a CPX Capital antes de se aventurar por aí. Contamos com uma equipe de profissionais altamente qualificados nestas áreas, à disposição para te ajudar na internacionalização do seu negócio.