Se você nunca ouviu falar sobre crossborder, esta é a hora de se atualizar sobre o tema. Esta modalidade de comércio internacional está mais popular e empresas que trabalham com e-commerce precisam ficar atentas para não perder esta oportunidade de negócio.
Neste artigo, você não só vai entender o que significa como também outros detalhes relativos a este conceito – tais como seu funcionamento, importância para o mercado, adoção da modalidade e quais são as normas que regulamentam o serviço.
O que é uma operação crossborder?
Podemos resumir esta modalidade de e-commerce como uma venda internacional. Basicamente, é uma operação de compra e venda que ocorre entre pessoas de países diferentes. Se tornou muito comum no Brasil por facilitar bastante a aquisição de mercadorias que não são vendidas em território nacional, além de ser uma opção mais rápida do que as importadoras.
A operação traz benefícios tanto para compradores quanto vendedores. Para quem gosta de adquirir produtos importados, é a oportunidade de conseguir mercadorias de maneira mais rápida e, muitas vezes, por preços mais competitivos. Para vendedores, é a possibilidade de expandir sua marca para outros países e conquistar novos mercados.
Portanto, esse tipo de transação internacional promove uma relação mais simplificada entre pessoas de diferentes países. Para e-commerces, a popularização deste conceito é uma oportunidade de expandir para mercados onde marcas estrangeiras como Shein e Shopee já estão bastante consolidadas.
Como funciona uma operação crossborder?
A logística dessa operação pode ser dividida em dois tipos: importação indireta e importação direta. As principais diferenças entre eles são relativas a infraestrutura, capacidade de frete e logística operacional, assim como seus bônus e ônus.
A exportação indireta necessita de intermediários para possibilitar o negócio. Nessa modalidade, uma empresa nacional que deseja comercializar seus produtos internacionalmente contrata outra que se responsabilizará por realizar os processos logísticos no exterior, incluindo seu transporte e entrega.
Se por um lado essa opção permite vendas facilitadas e faturamento mais agilizado, por outro ela apresenta uma margem de lucro menor. Afinal, parte dele fica retido com a empresa parceira e há menor autonomia no processo de negociação.
A exportação direta não requer intermediários. É a própria empresa que se prontifica a realizar todo o procedimento de venda, transporte e entrega, alocando uma equipe no país e no exterior para executar tais obrigações.
Portanto, a empresa que opta por essa prática crossborder precisa contar com profissionais experientes em negociações internacionais, com conhecimento em logística, legislação internacional, tributação e comércio. Além disso, permite mais autonomia no processo de venda, margem de lucro maiores e isenção de alguns impostos, como ICMS e IPI.
A importância do e-commerce crossborder para o mercado
Essa modalidade de venda online é fundamental para uma maior integração comercial entre países, além da já citada importância de popularização de marcas e acesso a produtos importados de maneira facilitada.
Com esta facilitação comercial, consumidores têm acesso aos mercados de todos os lugares do mundo. É possível diversificar bastante uma cultura de consumo por meio desta prática e extinguindo as barreiras geográficas.
O e-commerce crossborder, além de ser uma opção comercial mais prática para empresas de todos os segmentos, também reduz burocracias. Com taxas reduzidas e sem necessariamente precisar de uma importadora para realizar o negócio, empreendedores podem executar a operação praticamente sozinhos, dependendo exclusivamente da estrutura comercial da própria empresa.
Cuidados para adotar esta modalidade
Como qualquer operação comercial, o crossborder exige muitos cuidados. São precauções que evitam dores de cabeça desnecessárias ou dificuldades típicas de um empreendimento que inicia sua atividade sem um planejamento correto.
Confira a seguir quais são esses principais cuidados!
Análise de mercado
Antes de lançar o serviço de crossborder, procure entender quais são os melhores mercados para vender o seu produto. A depender do segmento, existem países cuja venda é mais ou menos propícia – visto que a oferta interna já pode ser grande o suficiente e não necessitar da sua atuação.
Desta forma, foque seus esforços apenas nos mercados atraentes para o negócio, evitando possíveis prejuízos por uma atuação sem direcionamento. Quanto mais certeiro for seu público-consumidor, maiores serão suas margens de sucesso!
Concorrentes
Como dito anteriormente, grandes empresas já conseguiram se estabilizar nesse mercado e hoje atendem a uma fatia considerável de consumidores. Amazon, Shopee e Shein são apenas algumas das organizações que possuem esse market share.
Portanto, se deseja se manter competitivo mesmo diante de tais concorrentes, precisa encontrar seu diferencial. Pode ser uma linha de produtos exclusiva, preços mais convidativos, facilidades de pagamento ou qualquer outro aspecto que faça o seu negócio se destacar no mercado.
Meios de pagamento
Como você já deve saber, nem todas as opções de pagamento são aceitas em transações para o exterior. Cartões de crédito internacionais, remessas, contas em bancos que atuam fora do Brasil e pagamentos intermediados por instituições estrangeiras são algumas das formas de receber ou realizar pagamentos em outros países.
Pense em quais serão os métodos de pagamento aceitos pela empresa, sempre levando em conta os tributos que incidem, a estrutura financeira da companhia e a familiaridade que possui com o funcionamento de cada uma delas.
Lembre-se que quanto mais fácil for executar os pagamentos, melhor será a ambientação do serviço no novo mercado.
Plataforma de venda
Um bom marketplace para comércio exterior permite que o consumidor faça pedidos com rapidez, na moeda que ele preferir, com todas as descrições de produtos e serviços na sua língua nativa.
Por isso, a escolha da plataforma é fundamental para o sucesso do negócio. Quanto mais simplificada e eficiente ela for, melhor serão seus resultados. Fique bem atento e garanta que o sistema de vendas funcione corretamente desde o primeiro dia, pois a confiança dos consumidores tende a ser menor quando um marketplace apresenta problemas técnicos de maneira frequente.
A legislação que regulamenta o crossborder
De maneira resumida, podemos dizer que o crossborder é regulamentado por duas legislações: a que vigora no país de venda e, também, a vigente no país de compra.
Como toda negociação, as realizadas via crossborder precisam obedecer a uma série de exigências legais. Elas são relativas não só aos países envolvidos na operação como também ao setor da mercadoria comercializada, pois cada segmento possui uma série de regras específicas.
Além disso, recentemente o Congresso estuda medidas para proteger o mercado nacional da competição estrangeira, e uma das opções incluía novos tributos sobre compras feitas no exterior.
Tais movimentos são corriqueiros no cenário nacional, portanto estar atento às notícias sobre câmbio, legislação e tributação é essencial para se preparar para negociações internacionais.
Como dissemos anteriormente, existem impostos que são abatidos nessa modalidade de compra e venda de mercadorias. Por outro lado, o Brasil é signatário de acordos de bitributação com os principais parceiros comerciais, que modificam essas isenções e acréscimo de taxas a depender do país destinatário da mercadoria.
Estar atento a cada um desses detalhes é fundamental para não se complicar na hora de regularizar a situação da sua empresa. E para isso, você pode contar com a CPX Capital, a consultoria de atuação internacional que vai te ajudar a estabelecer sua empresa não só em território nacional como ao redor do mundo!