Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou em abril e fechou o mês em 0,38%. Como é de se esperar, este resultado gera impactos em diversas frentes do consumo da população.
Ainda assim, devido ao nosso complexo sistema de taxação, é bastante difícil que o público-comum tenha pleno conhecimento de fatores que impactam diretamente nosso dia a dia.
E obviamente a alta do IPCA, como todo fator que impacta a economia, também afeta o câmbio brasileiro, que depende bastante da valorização do Real para ser calculado. A alta do índice é algo que vem sendo acompanhado de perto por investidores e empresas importadoras e exportadoras, visto que o cenário do mercado pode mudar radicalmente.
Mas antes de dissertar sobre o impacto no câmbio, vamos entender o que é IPCA e seu papel na economia!
O que é o IPCA e como ele funciona?
O IPCA é um dos índices nacionais de inflação mais importantes que existe. Ele serve para medir a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços vendidos no varejo, normalmente baseado nos itens mais consumidos pela população.
Seu cálculo é bastante simples, mas exige atenção para entendê-lo. Primeiramente, os especialistas reúnem uma gama de produtos com bons índices de consumo pelas famílias brasileiras. Nesta seleção, entram não só alimentos básicos como também serviços – tais como consultas médicas, contas de energia e produtos gerais, a exemplo de vestuário.
Em seguida, os especialistas calculam a variação de preço de cada produto, tanto para cima como para baixo. Cada item possui um peso nesta conta. Aqueles mais necessários à subsistência – como arroz e feijão – têm valor maior neste cálculo, se comparado a outros itens. O resultado pode indicar que os preços subiram ou caíram e, a partir de então, servem como parâmetros para outras análises.
A principal utilidade do IPCA é acompanhar a variação da inflação no mercado nacional. Quanto mais alto ele estiver, principalmente se seguir um ritmo de aumento mês a mês, mais claro fica que os preços estão subindo. Daí, cabe ao governo estudar tanto o motivo desse crescimento como estratégias para contê-lo.
Do mesmo modo, o IPCA também serve como orientação para o governo sempre se manter dentro da meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Acompanhando os resultados do IPCA mensalmente, é possível estimar quanto à inflação acumulada pode atingir ao fim do ano e, desta maneira, estipular medidas para controlá-la.
O IPCA também orienta ajustes de preços de serviços – como aluguéis, tarifas públicas, mensalidades escolares, entre outros. Por se tratar de um parâmetro de avaliação do comportamento econômico da população, as empresas usam o IPCA como “termômetro” para avaliar se seus serviços estão mais ou menos equiparáveis à média de preços do mercado.
Desta forma, é importante observar que o IPCA não só mede como dita o poder de compra da população, visto que ajustes de preços são realizados de acordo com seus resultados. Logo, quanto maior o IPCA, menor é o poder de compra da população.
Como o IPCA afeta o câmbio?
Naturalmente, qualquer ação que afete a economia brasileira influencia diretamente no câmbio. O primeiro impacto é claro: investidores estrangeiros se atraem mais por países com inflação alta. Logo, um IPCA em aceleração tem como resultado uma maior entrada de capital estrangeiro no Brasil.
Se a premissa da aceleração do câmbio se manter, isso significa que a tendência futura é de uma boa movimentação de novos investimentos estrangeiros no país. A princípio, isso fortalecerá a posição do real frente ao dólar, o que favorece empresas que atuam fora do país ou trabalham com exportação/importação.
Com o mercado internacional aquecido, bons negócios tendem a acontecer. A entrada de materiais estrangeiros mais baratos no país, um cenário mais positivo para abertura de empresas fora do Brasil e maiores facilidades ao negociar com instituições financeiras internacionais são alguns exemplos.
A taxa de câmbio é diretamente influenciada pelo IPCA. Apesar de não serem diretamente correlacionadas, é muito comum que o mercado ajuste o câmbio de acordo com a taxa do IPCA, até mesmo para alinhar resultados.
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