O que esperar do mercado com a nova queda dos juros?

O que esperar do mercado com a nova queda dos juros?

No dia 31 de janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) estabeleceu uma queda para a taxa Selic de 0,50 pontos percentuais, passando de 11,75% para 11,25%. A alíquota da taxa de juros influencia em muitas questões econômicas no país, desde preços de mercadorias até valores de contratos, mas um dos efeitos principais é a variação cambial.

A queda dos juros apresenta muitos atrativos para os investidores estrangeiros, como o estímulo ao carry trade. Trata-se de uma prática que consiste em pegar valores em real e aplicá-los em outra moeda, com uma taxa maior, para lucrar com a diferença.

Práticas como essa, que estimulam a entrada de moedas estrangeiras no país – principalmente Euro e Dólar – ajudam a derrubar a diferença cambial em relação ao Real. 

Com mais moedas estrangeiras circulando internamente, as reservas do país aumentam e, por consequência, a demanda do mercado passa a se equilibrar com a disponibilidade da oferta. Por este motivo, muitas vezes o governo diminui a alíquota da sua taxa de juros para atrair a atenção de investidores externos e, desta maneira, promover a entrada de capital estrangeiro no mercado.

A importância de ter uma moeda forte

No cenário internacional, o potencial de uma nação é observado através da força da sua moeda. Apenas um país economicamente fortalecido consegue fechar bons negócios internacionalmente sem necessitar do desprendimento de grande parte dos seus recursos, além de ter um poder de compra relevante, permitindo estabilidade econômica, social e política a seus cidadãos.

Por este motivo, o setor econômico busca a todo momento fortalecer sua moeda, visto que esta valorização, de certa forma, permite mais governabilidade. E dentre os diversos artifícios disponíveis para atingir este objetivo, um dos principais é a manutenção da taxa de juros, que pode servir para afastar ou atrair o interesse de investidores.

Um câmbio acessível também afeta positivamente o dia a dia de investidores e empreendedores brasileiros, uma vez que aumenta o poder financeiro de empresas que atuam no exterior. Com uma taxa de juros mais baixa, os impostos também caem drasticamente, e todo valor economizado pode ser remanejado para futuros investimentos ou fundos de reserva.

Uma moeda forte no mercado internacional serve como porta de entrada para muitas organizações no cenário internacional. Muitas companhias temem fazer essa transição por conta da adaptação do orçamento, que precisará ser cotado em moeda estrangeira para se adequar à nova realidade. Com o câmbio alto, esse custo será mais difícil de equiparar, exigindo um aporte financeiro ou aumentar o faturamento como primeiro passo.

Porém, com um equilíbrio maior entre a moeda nacional, o dólar e o euro, as condições de ingresso no mercado internacional são mais acessíveis. E isso interessa ao governo, que, não só vê o alcance econômico do país ser ampliado, como encontra uma nova via de entrada de capital estrangeiro no mercado nacional.

As previsões para a taxa de juros

Na manhã do dia 6 de fevereiro, o boletim Focus foi divulgado com as previsões atualizadas para o ano de 2024. Os especialistas ouvidos pelo Banco Central apontam um cenário mais positivo, com expectativa de inflação de 3,81% – a mesma do último relatório – PIB no patamar de 1,6% e previsão da taxa Selic estagnada em 9%.

Com estes dados, podemos assegurar que o mercado espera um cenário econômico mais estável para este ano e novas quedas dos juros. Isso possibilita grandes oportunidades de crescimento para empresas nacionais e amplia a presença do Real no mercado internacional. 

A previsão econômica até o momento é de esperança para condições melhores de negócio e menor gasto com taxações. Com a queda dos juros, tanto o mercado nacional quanto internacional estarão mais abertos a investimentos, portanto se planeje para aproveitar essa oportunidade. Gerencie seus recursos e continue acompanhando as notícias econômicas para ficar um passo à frente das novidades.

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A queda dos juros apresenta muitos atrativos para os investidores estrangeiros, como o estímulo ao carry trade.