Sempre que alguém vai fazer alguma transação para o exterior é necessário garantir que lá terá livre acesso aos valores envolvidos. E, para isso, existem duas modalidades as quais pode recorrer: remessa internacional e conta internacional. Mas qual das duas é melhor?
A resposta é que não existe melhor ou pior. Cada uma delas possui especificações únicas e são recomendadas para situações diferentes. Fatores como quantias envolvidas, frequência de saque e urgência da operação influenciam diretamente na escolha da modalidade.
Dessa forma, você tem à disposição duas maneiras de utilizar valores fora do país, mas em algumas situações apenas uma será a mais apta. Abaixo, você irá conhecê-las e, por fim, descobrir quando recorrer a cada uma delas!
O que é a remessa internacional?
Remessa internacional nada mais é do que a transferência online de valores financeiros de um país para outro. A operação pode ser feita tanto por pessoas físicas quanto empresas, e devem ser operacionalizadas por instituições autorizadas pelo Banco Central do Brasil.
É importante ressaltar que a remessa internacional exige que se faça a troca de câmbio antes de realizar a operação. Assim, os valores já chegam corrigidos para a moeda local ao receptor do país destinatário.
Processo de envio
Seu processo de envio exige muita atenção a alguns detalhes.
O primeiro passo é procurar uma empresa cambial credenciada no Banco Central e fazer a troca da moeda. A conversão se dará de acordo com o câmbio do dia referente à moeda enviada, portanto os valores podem alterar de um dia para o outro.
Ainda, é necessário se atentar aos impostos cobrados pela transação. Como cada país apresenta leis monetárias diferentes, os valores a serem pagos variam de acordo com o destino da remessa. Logo, é necessário enfrentar uma série de burocracias para realizar a transferência dentro da lei.
Depois, faça seu cadastro, informando os dados solicitados e a natureza da remessa. Existem documentações básicas, pedidas em todas as transações, mas a depender da instituição outros documentos podem ser solicitados. Ainda, o cadastro varia de acordo com o remetente.
Pessoas físicas passam pelo seguinte procedimento: para valores inferiores a US$10.000, o Banco Central exige apenas documentação cadastral, como RG, CPF e comprovante de residência. Para valores superiores a US$10.000, é necessário apresentar também a última declaração do IR.
Já as empresas, independentemente do valor da remessa, precisam apresentar: ficha cadastral de pessoa física e jurídica, balanço patrimonial, demonstrativo de resultado de exercício mais recente, comprovante de residência de cada um dos sócios, certidão simplificada e última alteração contratual.
Por último, informe também os dados do destinatário e confirme se eles estão corretos para evitar o extravio dos valores.
Limite de valores e impostos envolvidos
Atualmente, é permitido fazer transações de até 15 mil reais por remessa, independente do valor final do câmbio. Para valores maiores, é necessário apresentar sua declaração de IR para o Banco Central estipular um novo limite. De qualquer modo, o BC limita a R$65 mil o valor anual de transferências via remessa internacional.
Para fazer o envio de valores a outros países, as instituições cobram, como base, taxas administrativas, taxa de câmbio, SWIFT, IR e IOF. Mas outros tributos podem ser incluídos, a depender da instituição escolhida e país destinatário. Portanto, sempre peça o detalhamento da operação para ter certeza do valor a ser pago.
Vale lembrar que a maioria das taxas são fixadas em dólar, então mudam de acordo com o câmbio do dia.
Métodos de pagamento
A remessa internacional pode ser paga das seguintes maneiras:
- Boleto bancário: método mais rápido e simples. O importador paga em reais o valor correspondente à moeda estrangeira de acordo com o câmbio do dia, e o pagamento é intermediado pela empresa de câmbio.
- Carta de crédito: método com maior aceitação pelas empresas de importação e exportação, visto que apresenta boas garantias. O procedimento de pagamento e recebimento é intermediado pelo banco.
- Pagamento antecipado: método muito comum nesse tipo de operação. Ocorre quando a instituição importadora antecipa o pagamento da remessa. Assim, o contrato de câmbio fica sob responsabilidade de quem exporta, que precisa pagá-lo a um banco. A instituição financeira, por sua vez, realizará o pagamento após receber da importadora.
O que é a conta internacional?
A conta internacional, como o próprio nome já diz, é uma conta bancária comum aberta fora do país. Com ela, é possível receber e fazer transferências internacionais, fazer saques de moeda estrangeira com cartão de débito e outras operações bancárias.
Atualmente, a maioria dos bancos oferecem a possibilidade de abrir uma conta internacional com tarifas baixas e serviços adicionais compensatórios. Basta fazer um rápido comparativo entre as instituições financeiras para encontrar a melhor opção para você.
Como funciona?
A conta internacional nada mais é do que uma conta corrente que funciona com moeda estrangeira fora do Brasil. Ela possui um funcionamento parecido com o sistema praticado no país, cobrando taxas de alguns serviços mas oferecendo benefícios em outros. E, assim como nas versões nacionais, existem planos disponíveis.
A diferença é que ela permite que o cliente faça transações financeiras internacionais online de maneira mais simples, prática e econômica. Assim, atividades como realizar pagamentos fora do país, enviar e receber moeda estrangeira, sacar dinheiro fora do país e realizar compras no exterior são bem mais fáceis de realizar.
Cada banco possui regras próprias para a abertura de contas internacionais. Mas existem documentos básicos que precisam ser fornecidos para realizar a operação. São eles: identidade com foto, comprovante de endereço e dados pessoais. A depender da instituição, uma comprovação de renda também pode ser exigida, além do comparecimento em uma das agências físicas do banco.
A partir do momento que sua conta estiver criada, você já pode começar a usá-la.
Como abrir uma conta internacional?
Apesar das semelhanças com sua versão nacional, abrir uma conta internacional exige um processo ligeiramente diferente.
O primeiro passo sempre será escolher uma instituição de confiança. Estude suas opções com cuidado, lembrando que cada uma pratica uma política de contratação específica e há variação nas taxas cobradas. Após a escolha, basta começar seu processo de abertura de conta na instituição.
Aguarde alguns dias até a confirmação de abertura da conta. Por ser um processo internacional, o banco precisa consultar mais instituições para se assegurar da segurança do seu ingresso. Até a confirmação você não poderá utilizar sua conta, portanto certifique-se de iniciar o processo com antecedência caso haja urgência.
Em alguns casos, o banco pode exigir que você adicione uma quantia mínima de saldo para validar a abertura da conta. Esta é uma medida para garantir que haja moeda para custear determinadas operações.
Como escolher a melhor conta internacional?
Não existe uma resposta para esta questão. Afinal, ela varia de acordo com suas necessidades e com o que você está disposto a investir por comodidade. Alguns bancos oferecem taxas aplicadas e de câmbio mais baixas, mas também menos benefícios. Por outro lado, se você faz muitas transações, opções com taxas altas encarecem suas conversões de moeda.
A maioria das instituições trabalham apenas com o euro e dólar, logo, se você lida com pagamentos em outra moeda, precisará de uma opção mais específica. Por este motivo, recomendamos estudar bem suas opções antes de tomar uma decisão.
Confira algumas perguntas para se fazer e escolher antes de abrir uma conta internacional:
- As taxas aplicáveis cobradas cabem no meu orçamento?
- A quais taxas minhas transações estão condicionadas?
- Os custos de transação e taxas de câmbio estão na média praticada pelo mercado?
- Em quais moedas poderei fazer transações?
- Terei acesso a um cartão de débito físico?
- Terei a opção de investir em moeda estrangeira?
- Terei limite de valor mensal para transações?
- Quanto é o tempo de desconto e débito dos valores transferidos?
Qual compensa mais: remessa internacional ou conta internacional?
Depois de analisar detalhadamente cada uma das modalidades de negociação de valores no exterior, é possível enxergar um cenário mais claro.
Se você não faz transferências constantes ao exterior e prefere uma opção menos burocrática, a remessa é a opção mais recomendada. Com ela, você não precisa abrir uma conta específica apenas para realizar transações ocasionais, ficando refém de taxas de manutenção e, em contrapartida, sem movimentação.
Mas se transações internacionais fazem parte do seu cotidiano, é recomendável criar uma conta internacional. Desta forma você não fica refém do limite da remessa internacional, que pode causar complicações caso precise ultrapassá-lo. Do mesmo modo, terá o suporte de uma instituição financeira para operar fora do país e acesso a benefícios que trarão vantagens para sua atuação.
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